Amigos essa é minha última postagem de 2009... aguardo vocês em 2010. abraços e boas festas
O artigo abaixo foi escrito por mim com base na leitura do livro de Florence de Meredieu, ao qual deixo maiores informações ao final.O texto de Florence de Meredieu, intitulado “O desenho Infantil” aborda a questão do valor que é dado aos desenhos das crianças.
Hoje em dia por mais que se fale em deixar a criança explorar o mundo artístico, deixar suas marcas no papel, etc, vemos que quando precisa expor algum tipo de desenho das crianças, esse precisa ter uma “estética” que chame a atenção dos apreciadores e isso faz com que muitos professores não aceitem o desenho criado pelas crianças, não busquem entender o que se esconde por trás daqueles traços produzidos pela criança, tão pouco se preocupam em saber que relação afetiva existe entre o desenho e as crianças.
O texto descreve também como se deu a descoberta da originalidade do universo infantil onde durante muito tempo a criança era vista como “pequenos adultos” e sua arte considerada fracasso.
Fracasso porque não se buscava olhar para os progressos, que até então se fazia presente nas crianças e oculto para os adultos.
Buscava-se criar futuros grandes artistas, portanto era fundamental que o desenho se aproximasse do real.
Buscavam criar futuros artistas e para isso era importante que seus desenhos dignassem em aprovação adulta.
É importante saber que precisam ser oferecidos ás crianças diferentes ferramentas para produzir seu desenho, a sua arte.
A frase de Picasso que diz “Antes eu desenhava como Rafael, mas precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças,” comprova-nos que muito temos para aprender com as crianças e muitos outros artistas buscaram entender que noções, “técnicas“ e outros dons se escondem na criança e como elas criam suas obras.
A criança está produzindo arte, arte mesmo quando faz apenas rabiscos (muita vezes circulares) no papel. Buscam representar o seu mundo infantil e por ainda não terem construído um repertório de imagens e nem desenvolvido a coordenação motora necessária para representar suas idéias graficamente elas faz da maneira que consegue. Para muitos adultos isso é pouco, mas se olharmos para o processo de desenvolvimento deste desenho percebemos o quanto é uma fase importante.
Infelizmente quando a criança entra na escola a necessidade da escrita é tão forte que acaba diminuindo o espaço que a criança tem para explorar e desenvolver sua arte.
Quando existe um tempo dedicado a arte, ao desenho, este momento vem com regras e modelos “esteticamente correto”.
Quando se tem contato com a escrita, vemos como desenho e letras se juntam, dando mais originalidade aos desenhos infantis, que tem a capacidade de acomodar diferentes conteúdos aprendidos em um desenho.
Para saber entender a arte das crianças é importante conhecer os estágios do desenvolvimento gráfico que são nomeados “garatuja, garatuja circular, pré esquema, esquema e realismo.”
Garatuja: caracteriza-se pelos rabiscos produzidos pelas crianças.
Garatuja circular: também são rabiscos, porém circulares geralmente feitos em sentido contrário aos ponteiros do relógio.
Pré esquema: caracteriza-se pela aparência de que tudo na folha “está voando” casa e sol dividem a mesma linha na folha.
Esquema: A criança já desenha um chão para casa, árvores e bonecos, o que pertence a terra fica na terra e o que é do céu fica no céu.
Realismo: tem as mesmas características do esquema, porém mais rico em detalhes.
É preciso entender esse desenvolvimento, não apenas criticar o desenho das crianças nem tão poucos classificá-los como fracasso, cada novo traçado se faz uma enorme conquista para elas e é de muito valor.
E quando tem a oportunidade de comparar as bolinhas feitas há muito tempo atrás com o boneco que vai representar a mãe, o pai etc, ficam ainda mais felizes em perceber seu progresso.
Precisamos trazer sim pinturas e histórias de grandes artistas, mas não com intuito de fazer com que as crianças sejam copistas das obras e sim que possam ampliar seus conhecimentos artísticos.
Livro de Florence
Editora: Sextante
Autor: FLORENCE MEREDIEU
Edição: 8/2001