quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O Desenho Infantil

Amigos essa é minha última postagem de 2009... aguardo vocês em 2010. abraços e boas festas
O artigo abaixo foi escrito por mim com base na leitura do livro de Florence de Meredieu, ao qual deixo maiores informações ao final.


O texto de Florence de Meredieu, intitulado “O desenho Infantil” aborda a questão do valor que é dado aos desenhos das crianças.
Hoje em dia por mais que se fale em deixar a criança explorar o mundo artístico, deixar suas marcas no papel, etc, vemos que quando precisa expor algum tipo de desenho das crianças, esse precisa ter uma “estética” que chame a atenção dos apreciadores e isso faz com que muitos professores não aceitem o desenho criado pelas crianças, não busquem entender o que se esconde por trás daqueles traços produzidos pela criança, tão pouco se preocupam em saber que relação afetiva existe entre o desenho e as crianças.


O texto descreve também como se deu a descoberta da originalidade do universo infantil onde durante muito tempo a criança era vista como “pequenos adultos” e sua arte considerada fracasso.

Fracasso porque não se buscava olhar para os progressos, que até então se fazia presente nas crianças e oculto para os adultos.

Buscava-se criar futuros grandes artistas, portanto era fundamental que o desenho se aproximasse do real.

Buscavam criar futuros artistas e para isso era importante que seus desenhos dignassem em aprovação adulta.

É importante saber que precisam ser oferecidos ás crianças diferentes ferramentas para produzir seu desenho, a sua arte.


A frase de Picasso que diz “Antes eu desenhava como Rafael, mas precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças,” comprova-nos que muito temos para aprender com as crianças e muitos outros artistas buscaram entender que noções, “técnicas“ e outros dons se escondem na criança e como elas criam suas obras.

A criança está produzindo arte, arte mesmo quando faz apenas rabiscos (muita vezes circulares) no papel. Buscam representar o seu mundo infantil e por ainda não terem construído um repertório de imagens e nem desenvolvido a coordenação motora necessária para representar suas idéias graficamente elas faz da maneira que consegue. Para muitos adultos isso é pouco, mas se olharmos para o processo de desenvolvimento deste desenho percebemos o quanto é uma fase importante.


Infelizmente quando a criança entra na escola a necessidade da escrita é tão forte que acaba diminuindo o espaço que a criança tem para explorar e desenvolver sua arte.

Quando existe um tempo dedicado a arte, ao desenho, este momento vem com regras e modelos “esteticamente correto”.

Quando se tem contato com a escrita, vemos como desenho e letras se juntam, dando mais originalidade aos desenhos infantis, que tem a capacidade de acomodar diferentes conteúdos aprendidos em um desenho.

Para saber entender a arte das crianças é importante conhecer os estágios do desenvolvimento gráfico que são nomeados “garatuja, garatuja circular, pré esquema, esquema e realismo.”


Garatuja: caracteriza-se pelos rabiscos produzidos pelas crianças.

 
Garatuja circular: também são rabiscos, porém circulares geralmente feitos em sentido contrário aos ponteiros do relógio.


Pré esquema: caracteriza-se pela aparência de que tudo na folha “está voando” casa e sol dividem a mesma linha na folha.


Esquema: A criança já desenha um chão para casa, árvores e bonecos, o que pertence a terra fica na terra e o que é do céu fica no céu.


Realismo: tem as mesmas características do esquema, porém mais rico em detalhes.


É preciso entender esse desenvolvimento, não apenas criticar o desenho das crianças nem tão poucos classificá-los como fracasso, cada novo traçado se faz uma enorme conquista para elas e é de muito valor.


E quando tem a oportunidade de comparar as bolinhas feitas há muito tempo atrás com o boneco que vai representar a mãe, o pai etc, ficam ainda mais felizes em perceber seu progresso.


Precisamos trazer sim pinturas e histórias de grandes artistas, mas não com intuito de fazer com que as crianças sejam copistas das obras e sim que possam ampliar seus conhecimentos artísticos.





Livro de Florence


Editora: Sextante


Autor: FLORENCE MEREDIEU


Edição: 8/2001



sábado, 5 de dezembro de 2009

Pulseirinhas coloridas e o conflito escolar.



Pulseirinhas coloridas causam conflitos em uma escola estadual localizada na periferia de São Paulo.

Pessoas de diferentes lugares do país entraram na moda das novas pulseirinhas, que são feita de silicone e com diferentes cores.
O problema começou a surgir, quando se criou a idéia de que estas pulseirinhas fazem parte de um jogo onde cada cor representa uma tarefa que varia de abraço á pratica sexual entre os participantes.
Diante disso resolvi colher informações para tentar entender, como funciona este “jogo”.
Uma escola estadual localizada na periferia de São Paulo está vivendo um verdadeiro conflito por causa dessas pulseirinhas, uma vez que os alunos usam (muitos sem saber deste suposto jogo) e a escola não aceita.
Perguntei a uma aluna desta escola, como funciona este jogo e ela me respondeu:
“É assim se eu estou usando uma pulseira “AMARELA” e um menino vem e consegue arrebentá-la, sou obrigada a dar um abraço nele, mas ai cada pulseirinha tem a sua cor e significado, falei “AMARELA” porque é a mais leve”
Notei que dentro desta escola as maiores situações de confronto ocorrem na hora do recreio e ao participar deste momento não demorou muito até que uma aluna chegasse até mim questionando:
“Professor Porque não “ta” podendo usa mais estas pulseirinhas?”
Respondi que ainda não sabia de muita coisa.
Ainda no pátio da escola, muitos alunos usavam as pulseiras coloridas, até que apareceu uma moça (que em minha opinião faz parte da equipe de limpeza) com uma tesoura e começou a cortar as pulseirinhas dos braços dos alunos.
Outra aluna chegando perto de mim disse:
"Olha! Olha aqui o que ela fez!
Cortou minhas pulseirinhas, eu comprei com meu dinheiro e não com o dela".
Porque que ela fez isso?
Essas famosas pulseiras geraram um grande problema, uma vez que os alunos mesmo sem saber deste jogo são “tratados como participantes”:
Ou pior os alunos não podem usar algo que provavelmente foi adquirido legalmente.
A pessoa que outrora aparecera com ma tesoura na mão, realmente é integrante da equipe de limpeza, porém nos momentos de recreio ela “se transforma” em inspetora é o que demonstra o relato de outra aluna:
“Ela (a inspetora) venho e puxou o meu braço e cortou minhas pulseiras olha a marca dos dedos dela aqui. Minha mãe virá aqui na escola!”
Perguntei a esta aluna se ela sabia o porquê estavam cortando estas pulseirinhas então ela respondeu:
“Ah, os alunos disseram que essas pulseirinhas têm significados e nas ruas têm pedófilos pegando quem usa essas pulseirinhas.”
Alunos têm suas pulseirinhas cortadas e em todos os outros relatos por mim ouvido, isso ocorreu de maneira agressiva pude ver a marca deixada no braço da aluna.
Será essa a solução? Uma coisa seria a escola proibir o uso notificando aos alunos sobre o porquê será tomada tal medida outra coisa bem diferente é a inspetora sair cortando as pulseirinhas de forma agressiva.
Pelo jeito será esta uma situação, com o em muitos casos, com um longo caminho até chegar ao fim.
De um lado alunos que julgam não estar participando de jogo algum, de outro uma atitude precoce, inadequada e mal planejada e que está sendo executada por uma funcionária sobre o mando de alguém, seriam esse alguém a diretora, coordenadora ou professores? Ainda não se sabe.
Porém com a rapidez que este caso vai se agravando é importante definir quem se pronunciará perante aos pais e alunos explicando o porquê desta atitude.
Precisamos entender que os alunos estão o tempo pensado em um modo de driblar os pais, diretores, coordenadores e/ou professores, neste caso uma medida encontrada por eles foi colocar as pulseirinhas na perna numa medida aproximada de 5 cm acima do calcanhar.
Percebi então que para alguns alunos melhor do que ter as pulseirinhas é poder usá-las quando muitos não podem usar ainda que escondido, pois estão de calças e ninguém vê a pulseirinha ao menos que este queira mostrar.
Sendo assim eu pergunto:
Se amanhã ou depois inventarem um jogo onde a cor da roupa usada significa uma ação para aqueles que conseguirem rasgar, essa inspetora sairá a cortar as roupas dos alunos?
Contudo minha intenção neste artigo, não é me posicionar a favor do uso destas pulseirinhas, tão pouco contra.
Mas sim analisar como a falta de diálogo entre diretor/coordenador/professor/ pais e alunos/filhos é capaz de fazer de uma simples situação, um grande problema que pode muito bem render um processo por lesão corporal.
Segue abaixo o significado de algumas destas pulseirinhas consegui esses significados fazendo pesquisas em diferentes sites e com os alunos por conter uma enorme variedade de cores não encontrei de todas.

Amarela - abraço
Rosa - mostrar o peito
Laranja - dentadinha de amor
Roxa - beijo com a língua - talvez sexo
Vermelha - lap dance (dança erótica)
Verde - sexo oral a ser praticado pelo rapaz
Branca - a menina escolhe o que lhe apetecer
Azul - sexo oral a ser praticado pela menina
Preta - sexo com a menina na posição de missionário

Será mesmo que as crianças estão comprando estas pulseirinhas levando em consideração estes significados? O que você acha?